quinta-feira, 22 de julho de 2010

Antes morto agora vivo


Meu coração não bate;
Não sinto mais minha propria respiração.
E me vejo aqui,
Em um corredor de nuvens escuras e corpos,
Corpos, que agonizantes,pedem por socorro.
Um belo anjo, pega meu braço direito,
Outra criatura, me puxa pelo esquerdo,
E os dois me arrastam pelo tenebroso corredor.
Percebo que chegou o dia do meu jugamento.
E só agora noto o que é viver.
Compreendo que viver bem...
Não é simplismente, fazer o que quero...
...Inconsequentemente,
Mas sim...
Viver, permitindo que o outro viva.
Então me dou conta que não vivi.
E agora aqui...
Antes morto,
Agora vivo.

Francisco Ruan - NauR

terça-feira, 20 de julho de 2010

Insônia


Chega a noite.
Então me deito!
Deito, mais não durmo,
Fico a esperar o sono e ele não vem.
Então lembro-te!
Imagino o quanto ficaria feliz com tua presença,
Mas lembro da enorme distância que nos separa.
Então choro!
Choro, pois não te tenho,
Choro ,pois não consigo dormir.
E fico a olhar o teto,
Até que o cansaço vence meu sentimento.
Então durmo!
Mas não consigo fugir de ti,
Tu estás em meus sonhos.
Então acordo!
Fico a rolar na cama,
Oh! Ouço passos.
Serão os teus?
Então me alegro!
Não! São os meus,
Que me vejo a andar sozinho pela casa,
Meu Deus! Estarei ficando louco?
Então choro!
Choro, pois não te tenho,
Choro,pois não consigo dormir.

Francisco Ruan - NauR

sábado, 17 de julho de 2010

Romance ébrio


Eramos jovens,
Mais jovens do que hoje somos.
Andavamos com a mesma turma,
Mas nunca tinhamos nos notado.
Naquele dia estavamos embriagados.
E nos deixaram sozinhos,
No quarto de um chalé, isolados de todos,
Quando o clima criado pela solidão e pelo alcool nos possuiu,
Nos entregamos em um beijo,
Ali mesmo, sentados no chão.
Até que o desejo conduziu-nos a cama,
E tu me fizeste homem,
Me fez ser amado.
Mas quando amanheceu....
Eu sozinho estava.
Apenasme restavam as lembranças do teu corpo,
As doces lembranças daquela noite,
E a terrivel ressaca.

Francisco Ruan - NauR

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Á *******



Adimiro tua timidez de menina,
Teu jeito ingenuo de ser.
Mas amarte?? Amo não!!

Gosto quando sorris pra mim,
E quando contrai o sorriso, ao perceber que te noto,
Reforçando tua beleza ainda candida.
Mas amarte?? Amo não!!

Gosto de tuas carícias;
Quando vences a resistência de chegar perto de mim;
Mas amarte?? Amo não!!

Prefiro afogar meus sentimentos areprimir os teus.
Tenho medo de destruir tua apaixonite de criança,
De magoar teu tão jovem coração.
Mas amarte?? Amo não!!

Não te quero!
Mas por ti.... Quero-te!
Amarte? Amo não!

Francisco Ruan - NauR

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Belo Pássaro



Morava eu numa casa triste,
Numa casa triste e sem vida.
Até que em um dia, entrou pela janela um belo pássaro,
Um belo pássaro, cujo cantar iluminou minha casa inerte.
Fechei as portas para que o belo pássaro não fujisse,
Não fujisse, e devolvesse minha casa ao ermo.

Apeguei-me ao belo pássaro,
Ao belo pássaro entreguei meu coração.
Não mais me importava o resto do mundo.
O resto do mundo não existia, apenas meu belo pássaro.
Destinei todo o meu tempo a ouvir seu cantar,
Ouvir seu cantar era o que eu comia e bebia.

Minha casa era cheia de vida,
Cheio de vida era eu, na presença do meu belo pássaro
Mas um dia o belo pássaro não encontrei,
Não encontrei minha razão de viver.
Desesperei-me a procura do meu belo pássaro,
O belo pássaro teria fujido de mim?

Ó ingrata ave, desprezou meu amor!
Amor??? Por ninguem mais sentirei!
Volta belo pássaro! Não me deixes a te esperar na janela.
Na janela ficarei a esperar por ti, se não voltares.
Minha triste casa será para mim meu ergástulo.
Será meu ergástulo, até ouvir novamente teu gracioso cantar.

Francisco Ruan - NauR