segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lágrimas


Chorava o céu e chorava Eugênio.
Na escuridão do nada,
Choravam os dois.
O céu chorava, para fazer nascer o novo;
Eugênio, lamentava a morte do que já secou.
Caiam os detritos, da lua padecente,
Que nas lágrimas de Eugênio se dissolvia,
Levada ao mar das tristezas esquecidas,
Pela corrente das águas que chovia.

Francisco Ruan - NauR

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Eli, Eli!


Mt.27,46


“Tu me deste liberdade .
Ofereceste a mim, teu amor paterno;
Eu preferi viver na orfandade,
Ser escravo, aprisionado ao inferno.”

Então, me vinheram as riquesas.
E assim... Como vinheram,
Logo se foram.
Paixões me seduziram.
Mas assim como vinheram,
Logo se foram.
E quando o dinheiro e as aventuras
Me abandonaram, chorei.
E enquanto chorava,
Lembrei-me de ti:
_ Meu Deus, meu Deus,
Porque me abandonaste?
Decidi então, voltar para casa
E tu, me avistando ao longe,
Correu ao meu encontro.
As lágrimas ainda não cessaram,
Mas teu abraço me serve de consolo.
Hoje, tenho um pai,
Hoje, tenho um senhor.
Caminho fácil tu não és,
Mas sei que se em um dia,
Um mar de tristezas,
Me servirem de obstáculo
Ordenarei em teu nome
Que as águas se levantem.
E se por acaso, elas não levantarem...
Tu, me farás andar sobre elas.

O filho pródigo